Direitos Humanos, infâncias e Diversidade
experiências de ensino, pesquisa e extensão nas Amazônias Marajoaras e Tocantinas
Resumo
Abordamos sobre as experiências do programa de extensão e pesquisa que desde 2017 vem realizando estudos e formações sobre direitos humanos e infâncias, a partir de uma perspectiva decolonial, se debruçando no tema da diversidade étnico-racial da Amazônia. O Programa Direitos Humanos, Infâncias e Diversidade no Arquipélago do Marajó/DHIDAM, cresceu e amadureceu, consolidando o Grupo de Estudo em Direitos Humanos, Infâncias e Diversidade na Amazônia/GEDHIDAM, em 2020, alcançando diferentes pesquisadores dos municípios paraenses. Para tratar sobre esta trajetória e seus impactos direto no processo de formação de profissionais da Amazônia paraense, inicialmente, discorremos sobre os direitos humanos apresentando uma compreensão decolonizada e negra para tratar sobre sujeitos que historicamente estiveram em posição de subalternidade diante de narrativas hegemônicas que invisibiliza grupos sociais que vivem as infâncias. Para então, apresentarmos a Amazônia, dando centralidade ao território paraense e assim tecer considerações sobre o que representam territórios como o Marajó e o Tocantins, regiões de integração pertencentes ao Pará, que ficam distantes da capital Belém. Por fim, apresentamos a trajetória construída pelo DHIDAM, refletindo sobre os resultados dessa atuação em municípios como Breves, Melgaço, Portel e Cametá, para então, poder pensar sobre as possibilidades de avanço em frentes de trabalho que alcance territórios que ainda necessitam consolidar grupos de pesquisa sobre direitos humanos tendo como principais sujeitos as crianças, construindo, assim, estratégias coletivas de fortalecimento e articulação da Rede de Proteção. A abordagem se costura a partir das experiências registradas em relatórios, redes sociais, fotografias, vídeos e produções acadêmicas como artigos e monografias e sobretudo, a partir, de memórias.
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